12 de Maio é comemorado o Dia Mundial do Enfermeiro, uma homenagem a todos os profissionais dessa área essencial da Saúde. Na nossa Universidade, o curso de Bacharelado em Enfermagem é disponível nos Câmpus de Itumbiara e de Ceres, sendo este o da nossa Egressa de Destaque de hoje: Thallita de Freitas Ramos, professora e egressa da instituição. Além de expressar sua opinião sobre os desafios da Enfermagem e sua trajetória pessoal, ela nos contou um pouco sobre a sua atuação como doula, acompanhamento especializado feito da gestação até o pós-parto.
Conte-nos um pouco sobre a sua trajetória na UEG e também profissionalmente. Entrou e se formou quando?
Fui da 2ª turma de Enfermagem do Câmpus Ceres, me graduei em 2010, me especializei em Auditoria dos Serviços de Saúde em 2014. Após a graduação atuei no Hospital Municipal de Pontalina - GO, depois na Atenção Básica no município de Arujá – SP por dois anos. Retornei a Ceres em 2014, para atuar como enfermeira auditora no Hospital São Pio X, e acabei voltando para a UEG, desta vez como docente.
Quando surgiu o interesse em dar aula? Qual(s) a(s) matéria(s) que você leciona ou já lecionou?
O interesse surgiu quando tive a oportunidade de lecionar para alunos de uma escola de inglês em Goiânia, e acabei descobrindo minha vocação. Sempre trabalhei com educação em saúde dentro da Atenção Básica e pretendia dar aula assim que possível dentro de cursos da área da saúde. Tive a chance de entrar para a UEG em 2014 como docente de Parasitologia. Já lecionei as disciplinas de Saúde Pública, Enfermagem Pediátrica, Semiologia e Semiotécnica, Introdução à Enfermagem, e Ética e Legislação em Enfermagem.
Sobre o seu trabalho como doula, como você o conheceu inicialmente? Como é a preparação para que uma pessoa possa atuar nessa área?
Conheci a doulagem em um Simpósio de Neonatologia, Ginecologia e Obstetrícia que organizei no câmpus, onde uma doula foi dar uma palestra sobre como a doulagem aumenta as chances de se ter um parto satisfatório. Estava grávida do meu segundo filho na época, e acabei contratando a doula para me assistir durante o parto. Fiquei encantada pelo trabalho, tanto que me tornei militante pela humanização do parto e nascimento e repeti a experiência na terceira gestação, desta vez em um parto domiciliar. Decidi então fazer o curso de doula, o que acabou complementando os conhecimentos técnicos que já possuía como enfermeira, e só tenho tido experiências positivas desde então, com reflexos inclusive em sala de aula.
Qual o significado da Enfermagem para você? Como foi a escolha para essa área da saúde?
Vejo a Enfermagem como uma ciência indispensável para se fazer saúde, uma vez que nós enfermeiros temos um campo de atuação muito amplo e estamos à frente dos processos de humanização. Sempre enfatizo com meus alunos a questão do enfermeiro como um profissional autônomo e parte integrante da equipe multiprofissional, um detentor das sabedorias do cuidado. Escolhi esta área pela vontade de fazer a diferença no mundo, e acredito que a Enfermagem é uma das profissões que mais está apta a contribuir para isto. Quero ter a certeza que estou contribuindo para a formação de profissionais que farão a diferença na vida das pessoas que cruzarem seus caminhos.
Na sua opinião, qual o perfil que um enfermeiro precisa ter?
Resiliência e autonomia. Não tem sido fácil fazer saúde nos dias atuais, onde os recursos estão diminuindo, as demandas aumentando e a produtividade também precisa crescer. Há que se desenvolver habilidades que nos tornem capazes de nos adaptar às mais diversas realidades e públicos, ao mesmo tempo em que se faz necessário que tenhamos uma postura mais autônoma, onde nos enxerguem como profissionais com conhecimentos e habilidades próprias. Não se pode parar de estudar, desconstruir e aprender coisas novas. A imagem do enfermeiro como o ser caritativo ou o subalterno de outros profissionais já não nos cabe mais. É um ativismo dentro e fora das salas de aula pela luta por reconhecimento.
Você participou de algum projeto de Extensão da Universidade?
Sim. Juntamente com a Profª Rayane Oliveira, do projeto Inevitalmente, onde eram abordados aspectos importantes da saúde mental tanto de clientes quanto de profissionais; e de outro projeto Controle HAS, onde os alunos prestavam serviços de aferição de sinais vitais da população ceresina uma vez por semana.
Qual conselho você indica para os graduandos em Enfermagem?
Nunca parem de estudar! Não se desesperem se o emprego demora a vir, continuem sempre estudando e se qualificando. Sei que é difícil, mas tentem manter a saúde mental! Ela é o que fará com que vocês permaneçam de pé diante de tudo que virá no futuro.
Quais os desafios que um enfermeiro recém-graduado enfrenta?
O mercado de trabalho saturado, bem como a dificuldade de encontrar vagas que não exijam experiência prévia, o que ainda não possuem, mesmo que tenham uma vasta lista de atividades extracurriculares executadas na graduação.
O que a UEG representa para você?
Representou a chance de ingressar num curso superior de qualidade excelente e gratuito, e agora representa a possibilidade de poder retribuir ao Universo um pouco do que recebi. Atuar na UEG permite que eu tenha a chance de continuar estudando e conhecendo pessoas que contribuem para meu desenvolvimento pessoal e profissional. A UEG é uma parte importante de quem eu me tornei!
Notícia publicada em 11/05/2018